
Ubú
-Polêmica-
... No caminho do desenvolvimento - Uma siderúrgica, duas vilas e muita polêmica (...).
“Aqui, tudo é gente minha. Todo mundo se conhece, não tem violência e nem roubo. Por isso, tenho fé em Deus de só sair daqui no caixão”.
-> Assim resume o que sente Petrolina de Jesus Vitor, uma mulher de 93 anos que nasceu, sempre viveu e mora até hoje na comunidade de Monteiro, uma vila do município de Anchieta que vai desaparecer, caso seja aprovado, pelos órgãos ambientais, o projeto de construção de uma siderúrgica na região.
-> Se isso acontecer, 110 famílias terão que sair de suas casas. A história de dona Petrolina reúne um pouco da história de cada um dos moradores das duas comunidades – a outra é Chapada do A – localizadas bem no centro da área onde a Vale pretende instalar a usina. Terra antes habitada por indígenas – pelo menos é o que dizem os artefatos que esporadicamente são encontrados na região –, o lugar não era exatamente onde a mineradora queria instalar sua fábrica de placas de aço no Espírito Santo. Depois que o primeiro projeto – Companhia Siderúrgica Vitória (CSV), que seria construída em parceria com a chinesa Baosteel – foi rejeitado pelos órgãos ambientais sob alegação de que não haveria água suficiente e que a região não suportaria mais emissão de partículas, a Vale decidiu mudar a localização da siderúrgica.
-> Segundo os executivos da CSU e os técnicos que cuidam do projeto, a mudança visa a exatamente melhorar a localização da usina de aço quanto à emissão de particulados. Em relação ao fornecimento de água, não há influência da localização, já que o segundo projeto prevê a recirculação de mais de 70% da água doce e o uso de água do mar para o resfriamento dos equipamentos.